Carvão e Biocarvão

Transformação de resíduos orgânicos, de papel e papelão em carvão e biocarvão

Todos os dias, os moradores das cidades de Maputo e Matola consomem mais de 800 t de carvão para cozinhar. Por outro lado, estes mesmos moradores produzem aproximadamente 800t de resíduos orgânicos, papel e papelão cada dia. Então, porque não criar carvão a partir de resíduos orgânicos, papel e papelão? Isto irá permitir por um lado a diminuição de resíduos urbanos e por outro lado, a redução do desmatamento.

Em Vilankulo, a AMOR já transforma 10m³ de resíduos orgânicos, papel e papelão em carvão por dia, através de uma técnica de baixo custo, que está a ser ensinada as comunidades (usando para a divulgação dos 9 comités de bairro da Vila de Vilankulo). A transformação de pedaços de carvão em pó. Os pedaços de carvão são usados directamente como carvão para cozinhar. O pó é transformado em briquetes ou aplicado nas machambas como “Biocarvão”.

O Biocarvão é carvão vegetal (obtido a partir da carbonização de biomassa) adicionado ao solo com a intenção de melhorar as suas funções orgânicas. Entre outras características, o carvão age como uma esponja, aumentando a capacidade de retenção dos solos, capacidade muito em falta nos solos arenosos do pais. Séculos atrás, os Índios na região Amazónica já aplicavam carvão vegetal para melhorar a fertilidade dos solos, o que criou a famosa Terra Preta do Índio : um tipo de solo escuro, extremamente fértil devido a aplicação do carvão.

Já que uma das maiores características do biocarvão é a retenção de água e nutrientes, que também permite uma maior eficiência dos fertilizantes aplicados nos solos, há interesse do sector privado em desenvolver produtos com base no biocarvão. Varias maneiras de carregar o biocarvão estão agora a serem avaliadas, quer com composto, NPK, guano, e também fezes humanos, de forma a ampliar os seus impactos positivos.

Contudo, apesar do interesse de vários atores, entre outros o escritório local da JAM – Joint Aid Management, uma ONG internacional que trabalha no campo da agricultura, em avaliar os resultados do biocarvão, e do sector privado em produzir um produto de ampla comercialização, requerem-se um apoio financeiro para avaliar o impacto do biocarvão. Estima-se que para o estudo ser bem realizado, é preciso um valor de USD 55 000 para uma duração de 24 meses. Por outro lado, o processo de produção de carvão a partir de resíduos já está em curso e apenas requere um investimento de USD 24 250 para replicar o piloto a maior escala.


Ficha do Projecto Carvão e Biocarvão

Localização

Vilankulo, Província de Inhambane, Expansão para Moçambique

Temas

• Transformação de resíduos em carvão
• Melhoria da fertilidade dos solos

Montante total do Projecto

USD 24 250 para o carvão, USD 55 000 para o biocarvão

Duração

24 meses

Finalidade

Transformar resíduos orgânicos Municipais em carvão e biocarvão

Objectivo

• Ensinar as comunidades a produzir carvão a partir de resíduos orgânicos, papel e papelão
• Avaliar o impacto positivo do Biocarvão na agricultura nos solos da zona de Vilankulos
• Produzir e promover o biocarvão entre as comunidades rurais melhorando a fertilidade do solo como forma de aumentar a produtividade e luta contra as mudanças climáticas

Actividades

• Processamento de resíduos Municipais (orgânicos, resíduos de jardim e resíduos de papel e papelão), em carvão e biocarvão
• Conversão do biocarvão em um poderoso fertilizante através de sua mistura (= do seu carregamento) com diferentes matérias-primas
• Formação de camponeses em empreendimento com foco no uso de biocarvão
• Pesquisa dinâmica e treinamento adaptado
• Registro e monitoramento de resíduos e cálculo das reduções de emissões de gases de efeito estufa (Greenhouse Gases Emissions Savings)

Implementadores e parceiros

• AMOR – Associação Moçambicana de Reciclagem
• JAM – Joint Aid Management

Visão

• Os resíduos urbanos orgânicos e de papel e papelão são reciclados em carvão usado pelos cidadãos, o pó sendo usado como biocarvão pelos agricultores.
• Impacto ambiental mitigado através da reciclagem de resíduos, da diminuição do uso de fertilizantes químicos, da diminuição do desmatamento e do sequestro de carbono nos solos.


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