Como esclarece o último relatório da UICN, Moçambique enfrenta o duplo desafio da poluição significativa dos oceanos causada pela falha nos sistemas de gestão de resíduos da actividade humana e pela acumulação de resíduos plásticos redistribuídos pelo giro do Oceano Índico.

Em 2022, a AMOR realizou campanhas bem-sucedidas que envolveram a compra de resíduos marinhos às comunidades piscatórias, resultando na remoção de quase 300 toneladas de resíduos da zona costeira da província de Maputo.

Além disso, em Janeiro de 2023, a AMOR ganhou um projecto, apoiado pela delegação da UE, para estabelecer e capacitar nove mesas redondas nos municípios. Servirão como plataformas para as organizações da sociedade civil (OSC) conceberem e gerirem projetos ambientais até 2026.

O presente projecto visa capacitar OSC moçambicanas, membros de seis das nove mesas redondas, para remover 1000 toneladas de resíduos marinhos dos municípios de Palma, Pemba, Beira, Vilankulo, Inhambane e Maputo.

Dado que no máximo 15% dos resíduos marinhos podem atender à economia circular local e, portanto, ser reciclados, o projeto requer alavancagem financeira para motivar a recuperação desses resíduos.

Paralelamente a esta atividade, os membros das mesas redondas serão capacitados para realizar ações de sensibilização para as ameaças ambientais e aprenderão como a inovadora aplicação KOLEKT pode ser usada para monitorizar fluxos de resíduos.

Em última análise, a AMOR iniciará o processo de due diligence para garantir a continuidade da actividade através da aplicação do padrão Ocean Bound Plastic Credits e um pedido ao sector privado para apoiar a causa.

Para além da remoção dessas 1000 toneladas de resíduos, o projecto melhorará o desempenho dos mangais locais, uma solução natural para as alterações climáticas, criará diversificação de rendimentos, reforçará as capacidades das OSC e criará a base de uma economia circular nessas áreas.